Arquidiocese de Botucatu

PRESENÇA DOS ORGANISMOS DO POVO DE DEUS NA ASSEMBLEIA É SINAL DE SINODALIDADE, DIZ PRESIDENTE DO CNLB

A nona edição do CNBB Podcast, veiculado diariamente durante a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) valorizou a presença feminina no órgão máximo da conferência episcopal.

Uma das mulheres presentes no plenário do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida, é a presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira, que também participou da primeira sessão da Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre Sinodalidade, como uma das 54 mulheres nomeadas pelo Papa Francisco.

Sônia revela a alegria de se sentir Igreja e sua vinculação com a comunidade. “Não consigo desprender o estar na presidência do Conselho de Leigos da minha comunidade local, que é a minha base e é onde eu consigo perceber a dor do povo. É isso que me faz ser Igreja e pertencer a Igreja. O meu Batismo me remete para esse serviço, essa missão.”

Confira a íntegra o podcast:

 

“No coração da Igreja eu serei o mundo, no coração mundo eu serei Igreja.”

Um dos elementos abordados na conversa com Sônia foi a sua participação na 61ª Assembleia Geral da CNBB, compreendida também como um dos organismos do Povo, formada por ministros ordenados. Ela destaca que, nas comunidades, a maioria dos trabalhos é feito por mulheres, mas muitas vezes são muitas vezes escutadas. De acordo com ela, este é o movimento que o Sínodo vem fazendo de propor mais escuta às mulheres.

A presidente do laicato brasileiro afirma que é preciso repensar os modelos de estruturas, incluindo as mulheres nos espaços de escuta, de formação e de decisão. “Muitas vezes nós estamos para cuidar dos espaços, mas não estamos nos processos de decisão, começando na base da comunidade. Que a gente possa ser incluída nos conselhos em que decide a vida da comunidade”.

Sônia, trazendo a marca do norte de Minas na fala e do pensamento, orgulha-se do seu pertencimento eclesial “Eu sou Igreja. Quando digo que sou Igreja a partir do meu Batismo, a gente vai ter mais leveza para poder não ter tanta confusão no interno das nossas comunidades”, destacou. Para ela, também é importante perceber as necessidades daqueles que estão fora do espaço eclesial, dos que estão excluídos e adoecidos.

Participação e comunhão

“Por mais que a gente não tenha direito a voto, representa a comunhão da Igreja nesse caminhar.” A participação dos organismos do povo de Deus no ambiente da assembleia episcopal é, para Sônia, uma expressão de sinodalidade.

“Para mim é uma alegria muito grande no sentido de que tudo o que está sendo aprovado, decidido, pensado aqui, nós estamos tendo clareza, estamos tendo conhecimento, porque depois eu levo isso para o conselho dos leigos. E aí a gente começa a construir este caminho em sintonia e comunhão com os nossos pastores. É uma das coisas mais importantes. Só de saber o que está sendo aprovado e viver a experiência de comunhão com os pastores e retornar para as comunidades levando o que foi aprovado é de suma importância.”

Encantar a política

Sônia retoma o caminho protagonizado pelo CNLB e outros organismos com o projeto Encantar a política, surgido no contexto da pandemia. Para ela, trata-se de um olhar as realidades das pessoas, o resgate da democracia, a partir da Doutrina Social da Igreja.

“É preciso o encantamento com uma nova lógica de política. Aí pegamos o documento Fratelli Tutti do Papa Francisco que apontava que o cristão deve assumir a política como forma de transformação, sendo ponte e não muro, sendo capaz de cuidar desse grande jardim, de cuidar da vida das pessoas”, destacou.

Com colaboração Marcus Tullius (Pascom) e foto Victória Holzback (Sul 3)

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