O Papa: a voz do povo não deve estar ausente na Igreja e na sociedade
Ele diz que o nome “é excessivo”, mas acontece de ser excessivo quando se procura palavras para expressar grande afeto. Porque é isto o que políticos e moradores de favelas, padres e artistas, sindicalistas e atletas quiseram fazer, todos juntos – desde os palácios do poder de Buenos Aires até os barracos de um bairro suburbano – tendo como denominador comum uma grande estima e admiração pelo Papa Francisco. Eles quiseram colocar no papel um pensamento, um desejo que expressasse esses sentimentos e que fosse enviado do outro lado do mundo, à Casa Santa Marta.
Aconteceu algo que eu não esperava, e quero agradecer a vocês por isso. Há um grupo ideal que não se conhece mas talvez unido por bons desejos que se chama “Geração Francisco” e que de alguma forma segue as coisas que faço, as coisas que digo e que mais ou menos me quer bem, que não me insulta, que não fala mal de mim e que usa as coisas que digo para fazer o bem.
No início da vídeomensagem, o Papa revela o perfil deste grupo variegado com o nome “excessivo” de “Geração Francisco”, que faz da “cultura do encontro” uma escolha da vida cotidiana. E que aproveitou o aniversário de seu Pontificado, celebrado pela oitava vez no dia 13 de março passado, para aderir, em massa, à ideia concebida pelo padre José María Di Paola, “padre Pepe” para quem o conhece e muitos o conhecem nas ” villas miserias”. O sacerdote de 59 anos de idade lançou com o slogan “Profeta de nossa terra” a coleta de mensagens de felicitações ao Papa Francisco – mais de 100 mil e continuam a aumentar graças às redes sociais – e o inesperado coro dessas vozes tocou acordes profundos no Papa, sempre sensível quando é o “pueblo” que fala.
Estamos frequentemente acostumados a tomar decisões sem consultar o povo (…) tanto na vida paroquial, quando o pároco não consulta o povo; como na vida da província, quando o governador não consulta o povo; e na diocese, quando o bispo não consulta o povo; e na nação, quando as autoridades não consultam o povo, mesmo no caso de leis importantes e controversas sobre a moral, e o povo é o grande ausente.
Para Francisco, o gesto do padre Pepe – “capaz de mover corações simplesmente porque é autêntico” – serviu precisamente para isso, para desencadear o “recurso” de ouvir o povo. O único, diz ele, verdadeiramente “soberano”, porque a autoridade é legitimada pelo povo.
Não se esqueçam, nunca se erra quando se consulta o povo, sempre na ordem civil, e nunca se erra quando se consulta o santo povo fiel de Deus na Igreja (…) que leva avante a fé e a leva em seu próprio dialeto.
Fonte: VaticanNews