Os religiosos e religiosas
Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta (RS)
No dia em que celebramos a Assunção da Virgem Maria ao céu, com as palavras do Papa Pio XII: “tendo completado o curso de sua vida terrestre, foi assumida, de corpo e alma, na glória celeste” (Pio XII, 1950). Ela, concluído seus dias neste mundo, foi acolhida na glória celeste, para estar definitivamente junto do Filho, a quem deu a vida, e do Pai e do Espírito Santo. Ela sempre será nossa intercessora. Não podemos viver sem sua presença constante. Ela nos ama com amor de mãe, como sempre teve. Nela todos os batizados, especialmente os religiosos, veem aquela que viveu o primado da iniciativa de Deus em sua vida.
Para nós, brasileiros, também recordamos o lugar da vida consagrada, ou como nós dizemos, nossos religiosos e religiosas. A distinção entre eles advém, em primeiro lugar, da inspiração, do carisma, que cada congregação assume. Os diferentes carismas são para uma época, num ambiente. Mas eles estão sempre unidos pelas características que têm com os outros religiosos e religiosas. São, por isso, a vida consagrada na Igreja. Em segundo lugar, eles vivem de maneira comum, junto com outros religiosos. Formam comunidades de vida. É seu jeito de ser, que está na sua identidade profunda. Depois, em terceiro lugar, vivem os três conselhos evangélicos. Isto é, a pobreza, a castidade e a obediência. Os religiosos fazem de Cristo o sentido da sua vida e preocupam-se em reproduzir em sua vida o jeito de ser do Cristo, Filho de Deus. “Abraçando a virgindade, ele assume o amor virginal de Cristo e confessa-O ao mundo como Filho unigênito, um só com o Pai (cf. Jo 10,30; 14,11); imitando a sua pobreza, confessa-O como Filho que tudo recebe do Pai e no amor tudo Lhe devolve (cf. Jo 17,7.10); aderindo, com o sacrifício da própria liberdade, ao mistério da sua obediência filial, confessa-O infinitamente amado e amante, como Aquele que Se compraz somente na vontade do Pai (cf. Jo 4,34), ao qual está perfeitamente unido e do qual depende em tudo” (São João Paulo II, VC, n.16). É um modo grandioso de viver!
Como vivem os religiosos? O primado de Deus é o princípio fundamental. Vivem para Deus, por isso, tem vários horários de oração durante o dia. E, por serem dele, com o olhar dele, vivem para o povo. São de Deus e do povo. Nos atos deles estão a simplicidade de quem descobriu que o amor de Deus é muito maior do que todas as coisas do mundo. Dependendo de seu carisma, vivem no mundo, sendo com as pessoas um olhar de profecia: na pastoral, nos meios de comunicação, nas escolas, nos hospitais, nas paróquias, nos asilos e, em tudo o que diz respeito à necessidade dos nossos pobres.
E quantos são os religiosos em nossa Diocese? Já tivemos mais, muito mais. Mas agora temos a presença dos padres capuchinhos e palotinos, que assumem seis paróquias na Diocese. Mas temos, também, a presença significativa das irmãs nas escolas, hospitais e asilos. São as Irmãs Capuchinhas de Madre Rubatto, as Irmãs de Nossa Senhora de Notre Dame, as Irmãs Filhas do Sagrado Coração de Jesus, as Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã, as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida e as Irmãs Franciscanas de Maria Auxiliadora.
Enfim, a todos nós é pedido que saibamos infundir esperança na vida do nosso povo. Isto porque nós temos a certeza de nossa esperança em Deus e, dele, levamos aos outros. A sua esperança está fundada na promessa de Deus, contida na Palavra revelada: a história dos homens caminha para o novo céu e a nova terra (cf. Ap 21,1). (cf. VC, n. 27). Parabéns a todos os religiosos e religiosas!
FONTE: CNBB