Pandemia Pandemia

Arquidiocese de Botucatu

Notícias › 10/03/2021

Pior fase da pandemia no Brasil: a Igreja não está doando nada para ajudar?

Pior fase da pandemia no Brasil: a Igreja não está doando nada para ajudar? Esta pergunta vai e vem toda vez que uma nova tragédia se abate sobre a população. Recentemente, ela foi impulsionada sob o formato “Cadê as doações da Igreja para Manaus?”, quando a capital amazonense entrou em brutal colapso por falta de leitos hospitalares e até mesmo de oxigênio para os doentes de covid-19.

Agora, o colapso aflige outras regiões do país, com dramáticas filas de espera por vagas em UTI e com desoladores picos nos gráficos que medem os óbitos de brasileiros em decorrência dessa peste que assola a humanidade há mais de um ano.

Nesse contexto, algumas contas controversas nas redes sociais voltam a apontar seu dedo condenatório contra a Igreja, acusando-a, de modo absolutistamente genérico, de não fazer nada.

Na ocasião do colapso em Manaus, esta acusação foi respondida pelo pe. Gabriel Vila Verde, que escreveu:

“Não espere publicidade em relação a isso. Jesus nos ensinou que a mão esquerda não pode ver o que a direita fizer. Logo, tenha certeza de que muitos padres, bispos, religiosos e leigos estão fazendo o que podem. A Igreja Católica trabalha com obras sociais todos os dias, não apenas durante um colapso. Os artistas doam e é bom que tudo seja filmado e publicado na internet, para que outros sigam o exemplo e recebam o aplauso dos fãs, mas, quanto a nós, discípulos de Jesus Cristo, nada de celular ligado para filmar nossa generosidade. A recompensa que esperamos vem de cima, não da terra. Continuemos praticando o bem, seja crente ou ateu, com câmera filmando ou no silêncio, e assim construiremos um mundo menos difícil”.

Pior fase da pandemia no Brasil: a Igreja não está doando nada para ajudar?

De fato, ao longo desta brutal pandemia, Aleteia publicou incontáveis vezes a triste notícia do falecimento de uma freira, de um religioso, de um padre, de um bispo, de um leigo católico que foram contaminados pelo coronavírus e acabaram morrendo justamente porque estavam ajudando outras pessoas a se salvarem da covid-19. Alguns deles doaram dinheiro. Mas todos eles doaram a vida.

Aleteia também noticiou inúmeras iniciativas da Igreja para continuar ajudando o próximo durante a pandemia – ou para intensificar ajudas que já prestava desde bem antes, apesar das muitas adversidades deste período.

As ajudas da Igreja não aparecem no horário nobre

É o caso do Barco-Hospital Papa Francisco, que literalmente leva ajuda médica rio afora e floresta adentro em plena Amazônia e em plena pandemia. Também é o caso do jovem religioso brasileiro de 28 anos que morreu de covid porque estava ajudando os mais pobres no Nordeste. E das freiras que cuidam de moradores de rua em Fortaleza para protegê-los da pandemia, ou da irmã Missionária da Caridade que, pela mesma razão, se contaminou e morreu em Londres, e da religiosa brasileira que morreu na Itália pelo mesmo motivo.

Ou dos franciscanos de São Paulo que distribuíram mais de 4.000 refeições por dia na maior metrópole do Brasil durante esta crise sanitária. E do padre italiano que voltou a exercer a medicina para ajudar nos hospitais durante o pico da doença em seu país. Ou dos inúmeros sacerdotes que arriscaram a saúde e a vida para dar forças espirituais a doentes, familiares e profissionais da saúde.

Muito poucas dessas pessoas apareceram no horário nobre da televisão, nas capas dos jornais ou na primeira página dos sites supostamente informativos da assim chamada “grande mídia” nacional e mundial. Talvez a sua vida edificante e a sua morte heroica não sejam dignas de virar notícia, nem nesta pior fase da pandemia no Brasil, nem em qualquer outro momento. Ou talvez alguns usuários de redes sociais estejam menos interessados em impulsionar essas notícias do que em espalhar intrigas.

Cadê as doações da Igreja para as regiões em colapso?

As pessoas sinceramente interessadas em acompanhar e em apoiar as obras de caridade da Igreja não têm tempo a desperdiçar em intrigas de rede social: elas agem, e normalmente sem alarde.

Aliás, com base em um pouco de psicologia e outro pouco de experiência empírica, eu receio que uma parte relevante das pessoas que ficam nas redes sociais insinuando a suposta falta de ajuda da Igreja em Manaus não estão de fato interessadas nessas ajudas, mas sim em criticar os outros, enquanto elas próprias não doaram nenhum centavo e não se voluntariaram durante nenhum segundo.

Fonte: Aleteia

Deixe o seu comentário





* campos obrigatórios.

[bws_google_captcha]