Terra Santa, confrontos. Patriarcas: caráter especial da Cidade Santa deve ser preservado
A violência na Mesquita Al Aqsa e em Sheikh Jarrah “viola a santidade do povo de Jerusalém e de Jerusalém como Cidade da Paz. As ações que prejudicam a segurança dos fiéis e a dignidade dos palestinos sujeitos a despejo são inaceitáveis”.
É o que afirmam numa declaração os patriarcas e líderes das Igrejas em Jerusalém que se unem às preocupações também expressas, neste domingo, pelo Papa Francisco durante o Regina Coeli por causa da escalada dos confrontos entre palestinos e forças de segurança israelenses na cidade.
Os protestos foram desencadeados no meio do Ramadã pelo possível despejo de famílias palestinas da periferia de Sheikh Jarrah, perto da Cidade Velha, em benefício dos colonos israelenses. Embora a Suprema Corte israelense tenha decidido adiar o despejo, os confrontos continuam e estão se espalhando para outras cidades. Ontem à noite, em Jerusalém, jovens manifestantes atiraram pedras na polícia israelense, que respondeu usando granadas e canhões de água. O confronto concentrou-se perto do Portão de Damasco, na Cidade Velha. Fontes médicas palestinas falam de vários feridos. O que acirra ainda mais os ânimos é a marcha nacionalista judaica na cidade, organizada hoje para celebrar a conquista israelense de Jerusalém Oriental em 1967.
Em sua declaração, os líderes das Igrejas de Jerusalém dizem estar “profundamente desanimados e preocupados” com estes desenvolvimentos. “O caráter especial de Jerusalém, com o status quo atual, obriga todas as partes a preservar a situação já delicada na Cidade Santa”, escrevem eles. “A crescente tensão, apoiada principalmente por grupos radicais de direita, coloca em perigo a frágil realidade dentro e em torno de Jerusalém”, acrescentam. Portanto, os líderes cristãos pedem “à Comunidade internacional e a todas as pessoas de boa vontade que intervenham para pôr um fim a estas ações provocatórias, bem como para continuar rezando pela paz em Jerusalém”.
O apelo dos patriarcas pelo respeito ao status quo em Jerusalém e pelo fim da violência segue o apelo lançado, neste fim de semana, pelo secretário-geral interino do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reverendo Ioan Sauca, que expressou, em nome da organização ecumênica, “profundo pesar pela situação difícil das famílias palestinas de Sheikh Jarrah e pela desordem e violência desencadeadas”.
Fonte: VaticanNews