Como aprender com Maria a ter fé e confiar no Deus do impossível
A festa da Anunciação do Senhor nos apresenta Maria, que sempre nos é um modelo de fé. Sobre isso disse Santo Agostinho: “Mais bem-aventurada, pois, foi Maria em receber Cristo pela fé do que em conceber a carne de Cristo. A consanguinidade materna, de nada teria servido a Maria, se Ela não se tivesse sentido mais feliz em acolher Cristo no seu Coração, que no seu seio”.
A Anunciação a Maria inaugura a “plenitude dos tempos” (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas e dos preparativos para a chegada do Messias. O Anjo a saúda: “Ave cheia de graça” (Lc 1,28). Na fé, Maria acolheu o anúncio, questionou, mas não duvidou, acreditou que para Deus “nada é impossível” e deu seu consentimento: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,26-38).
A cheia de graça, como disse o Arcanjo, buscou a luz. E não pensemos que ela tinha clarividência. Ela não entendia os fatos que aconteciam na sua vida e na de seu filho, mas em nenhum momento reclamava ou se revoltava. Ao contrário, com paciência, “guardava tudo em seu coração”.
Maria e os momentos de dificuldade
Essa expressão mostra que, enquanto humana, Maria também teve momentos de obscuridade, onde não compreendia tudo. Mas diante do que não compreendia, ela mergulhava em oração. Ela buscava esclarecer em Deus. Ela buscava uma luz numa vida de escuta de Deus.
Maria foi a primeira anunciadora do Filho, ao visitar sua prima Isabel, é portadora da alegria da boa-nova e da luz do Espírito Santo. Foi pela fé que ela, ao dar à luz a Jesus, entre os animais em um estábulo, acreditou que ele era o Filho de Deus. E, quando o viu maltratado, crucificado acreditou que ele era o Salvador. Humilde e obediente, Maria se sujeita à lei mosaica da purificação, embora o mistério da concepção e do parto virginal a preserve de qualquer impureza e apresente no Templo, Aquele que é o Filho de Deus, o próprio Deus (Lc 2,22-24).
Exemplo de fé e confiança em Deus
Foi pela fé e confiança em Deus que se manteve firme quando ouviu do velho Simeão a profecia, que mãe nenhuma suportaria ouvir com resignação: “Eis que este menino vai ser causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 3,34-35).
Foi a fé, confiança e esperança em Deus que a motivou quando precisou fugir para o Egito com o Menino Jesus nos braços para salvá-lo da morte pelo extermínio, que Herodes ordenou se fizesse aos recém-nascidos (Mt 2,13-14).
No acontecimento do Calvário, aos pés da cruz, o Evangelista João – que esteve ao seu lado – mostra a mãe, mulher forte, junto do Filho, em pé, acolhendo o legado de mãe da humanidade, que Jesus deixou em Suas palavras: “Filho, eis aí tua mãe. Mãe, eis aí teu filho” (Jo 19,25-27).
Nesses tempos por vezes incertos, aprendamos com Maria a ter fé em Deus e assim como Ela, confiar no Deus do impossível que tudo pode.
Fonte: Aleteia