Arquidiocese de Botucatu

Dia do Padre: Igreja celebra hoje a memória de São João Maria Vianney, o patrono dos presbíteros

A Igreja celebra, nesta quarta-feira, 4 de agosto, a memória de São João Maria Vianney, também conhecido como Santo Cura d’Ars. Nesse dia comemora-se o Dia do Padre. A celebração ocorre na primeira semana desse mês que é dedicada à vocação para o ministério ordenado (Bispos, Padres e Diáconos).

“Hoje, memória de São João Maria Vianney, convido-vos a rezar de maneira especial pelos vossos párocos e por todos os sacerdotes. Que eles, inspirados pelo exemplo do Santo Cura D’Ars, ofereçam suas vidas à missão de pregar o Evangelho da salvação.”, disse o Papa Francisco na Audiência Geral ao saudar os fiéis de língua portuguesa presentes na Sala Paulo VI.

São João Maria Vianney expressou a sua compreensão sobre o que são os presbíteros e o que representam para a humanidade e para a Igreja na frase “o sacerdote é o amor do coração de Jesus”.

Hoje, na Festa do Santo Cura D’Ars, o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado diz que padre é sempre a presença carinhosa de Deus no meio das pessoas.

Dom Joel Portella Amado e padre Patriky Samuel Batista

“Padre é o amigo que escuta na hora da dor, compartilha das alegrias, prega a Palavra de Deus e fortalece com os sacramentos. É aquele que conduz a comunidade, ajudando-a a permanecer firme ainda que a realidade seja difícil”, disse.

Dom Joel, que este ano completa 39 anos de ordenação sacerdotal, ressalta que “essas características que sempre marcam a identidade do padre se fazem mais importantes em nossos dias. Em meio a tantas incertezas, inseguranças e angústias, é fundamental ter e ser a presença de alguém que ajuda a perceber a luz em meio às sombras”.

Patrono dos padres

Conhecido e amado como o cura D’Ars, povoado francês, ao norte de Lião, onde exerceu o seu ministério sacerdotal, João Maria Vianney (1786-1859) é daqueles homens aos quais se aplicam as palavras de são Paulo: “Deus escolheu os mais insignificantes para confundir os grandes”.

Este camponês de mente rude, nascido em Dardilly, passara pela tempestade revolucionária e pela exaltada epopeia napoleônica sem sequer perceber. Ou melhor, teve de se esconder por certo período, por haver desertado do exército napoleônico em marcha para a Espanha sem entender a gravidade de seu comportamento, somente porque não conseguia acertar o passo com o seu batalhão.

No seminário ainda lhe foi mais difícil acompanhar os seus colegas de estudos pela confusão mental que fazia diante de simples página de filosofia ou de teologia, pelo que os seus mestres, desanimados, deixaram até de interrogá-lo.

É lástima, disse um deles ao Vigário geral, porque é modelo de piedade. “Modelo de piedade? — exclamou este. — Então eu o promovo e a graça de Deus fará o resto”. Em 1815 deram-lhe as ordens sagradas, mas sem a autorização para confessar, pois julgavam-no incapaz de guiar as consciências. Quem poderia imaginar que João Vianney se tornaria um dos mais famosos confessores que a história da Igreja conhece?

Após um ano de aprendizado em Ecully, sob a direção do abade Balley, a quem atribui-se o mérito de haver percebido naquele bobo “iluminado” os ocultos carismas da santidade, João Maria Vianney foi para Ars como vigário capelão, e depois passou a ser vigário ou cura.

Ars, no planalto de Dombes, tinha apenas duzentos e trinta ha-bitantes, que viviam em casas com tetos de palha. Os únicos centros de divertimentos eram quatro hospedarias com bastante movimentação, contra as quais o jovem cura começou a trovejar do seu púl-pito. Tanta severidade poderia afastar aquela gente.

Ao contrário, dez anos depois, Ars estava completamente transformada. Tavernas desertas e a igreja povoada. Pois a severidade do vigário jamais estava separada de incomensurável bondade e generosidade. Possuía somente a desbotada batina que tinha no corpo.

Mas era capaz de privar-se de sapatos e meias na estrada se encontrasse um pobre infeliz, com quem trocava até as calças se as do mendigo estivessem piores que as suas. Morreu aos setenta e três anos, a 4 de agosto de 1859. Antes mesmo que Pio XI o inscrevesse no catálogo dos santos em 1925, Ars já se havia transformada em meta de peregrinações.

Com informações do Vatican News
História extraída do livro: 
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini

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