Mensagem do Arcebispo sobre o “Advento do Senhor”
A Liturgia da Palavra destes últimos dias do Ano Litúrgico já começou a nos colocar em clima de Advento. De fato, dia 30 de novembro celebraremos o primeiro domingo do Advento, tempo de preparação para o Natal.
Celebramos o Natal do Senhor não como simples lembrança do passado, mas como o grande mistério do amor do Pai que se prolonga e se realiza ao longo da história até o fim dos tempos.
Comemoramos a dupla vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo Eterno do Pai: a primeira é uma vinda de amor; a segunda é uma vinda de julgamento.
Na primeira vinda, Deus vem a nós não como Deus, mas como homem, sem, entretanto, deixar de ser verdadeiro Deus; não como Senhor, mas como servo; não para nos julgar, mas para nos amar até a morte e morte de cruz. Na primeira vinda, Deus faz tudo para nos acordar do sono da morte, do pecado. Faz tudo para abrir nossos olhos para que enxerguemos os outros como irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai, e não como adversários, concorrentes ou inimigos a serem vencidos ou eliminados.
Na segunda vinda, sim, Deus vem a nós como Aquele que realmente é: Deus, Senhor e Juiz da história. A segunda vinda será uma surpresa terrível para aqueles que, dormindo como se fossem permanecer para sempre aqui na terra, se deixaram dominar pelo egoísmo e colocaram sua segurança nas propriedades, no dinheiro, no poder, na fama, na violência… Basta lembrar aquilo que o próprio Senhor Jesus fala a respeito do julgamento: “Eu tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber; era forasteiro e não me recebestes em casa; nu e não me vestistes; doente e na prisão e não fostes visitar-me.” (Mt.25, 42-43)
Prezados irmãos e irmãs, celebramos o Advento-Natal porque a primeira vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo ainda está acontecendo. Deus ainda não está nos julgando. Jesus ainda está morrendo na cruz para que todos acordem e tenham vida. (cf. Jo. 3,14ss). Celebramos o Advento-Natal porque a segunda vinda do Messias está para acontecer a qualquer momento e não queremos ser pegos de surpresa; desejamos estar acordados e preparados para entrar com Jesus na Glória Eterna. (Mt. 24 e 25).
Portanto, aproveitemos bem este tempo de Advento-Natal, como se este fosse o último instante de nossas vidas.
Desejo que a Sagrada Família derrame abundantes bênçãos e graças sobre todas as famílias.
Dom Maurício Grotto de Camargo
Arcebispo Metropolitano de Botucatu