Arquidiocese de Botucatu

Sant’Ana é a padroeira da Arquidiocese de Botucatu e está presente na história da cidade desde sua criação

 

 

Por Luís Negrelli – Equipe Arquidiocesana de Comunicação

 

De acordo com a Lei nº 402, de 02 de julho de 1954, o dia 26 de julho é considerado feriado municipal em Botucatu por ocasião do dia de Sant’Ana. A lei assinada pelo prefeito da época, Emílio Peduti, alterou um artigo da última legislação sobre feriados promulgada em 1949. Além de ser a padroeira da Arquidiocese de Botucatu, Sant’Ana é também a padroeira da cidade e está presente em diversos registros históricos da fundação do município.

Já na lei municipal 4370 de 7 de abril de 2003, sancionada pelo prefeito Antonio Mario de Paula Ferreira Aielo, ficaram definidas as datas comemorativas da cidade em ordem cronológica. No dia 23 de dezembro de 1843 o Capitão José Gomes Pinheiro Vellozo fez a doação de terras para a criação do Patrimônio da Freguesia de Sant’Anna de Botucatu, que passou a ser considerada a data de fundação da cidade. 

Seguindo a cronologia, em 19 de fevereiro de 1846 acontece a criação da Freguesia do Distrito do Cimo da Serra de Botucatu. Em 14 de abril de 1855 a freguesia é elevada à categoria de vila e é emancipada política e administrativamente. No dia 20 de abril de 1866 é criada a comarca de Botucatu e, por fim, em 16 de março de 1876 a vila é elevada à categoria de cidade. 

 

A primeira imagem de Sant’Ana

A ligação do Capitão José Gomes Pinheiro com Sant’Ana vai mais além, já que sua esposa, Anna Florisbela Machado de Oliveira e Vasconcellos, foi quem trouxe para a região uma imagem de Sant’Ana esculpida em terra-cota em meados de 1830. Esta é a primeira imagem da padroeira que se tem registro em terras botucatuenses. 

Após pertencer ao escritor Alceu Maynard de Araújo, a imagem ficou desde 1962 com a família do escritor Francisco Marins, que nasceu na região de Botucatu. Em 2019, a singela imagem foi incorporada ao patrimônio da Catedral de Sant’Ana por iniciativa do Padre Emerson Anizi na comemoração dos 75 anos da Catedral e até hoje pode ser vista na porta de entrada da rampa lateral. 

Na época, em entrevista ao jornal Mais Botucatu, Padre Emerson contou como conseguiu trazer a imagem para a Catedral: “Pouco antes da festa de Santana, junto com o padre Marins, estive com dona Elvira, esposa do Dr. Francisco Marins. Pedi a ela que nos desse a graça de ter a imagem de Santana, não apenas como patrimônio da igreja, mas como um patrimônio cultural do nosso povo. Agradeci todo cuidado que ela, ao lado do Dr. Francisco, teve durante tantos anos na guarda da imagem. Ela nos atendeu prontamente e permitiu que no mesmo dia já trouxesse essa relíquia comigo”.

 

A Catedral

E por falar em Catedral, a principal edificação do centro histórico de Botucatu carrega muitas histórias e leva consigo o nome da padroeira Sant’Ana. A obra começou a ser construída em 08 de dezembro de 1927, por Dom Carlos Duarte Costa, que lançou a pedra fundamental. De acordo com registros históricos, apenas em 1929, é que foram iniciadas as escavações para o alicerce da nova Catedral. Em 1937 a cripta já se encontrava pronta, e no dia 06 de setembro do mesmo ano recebeu os restos mortais de Dom Lúcio Antunes de Souza, o primeiro bispo de Botucatu. 

Em 08 de dezembro de 1943, embora ainda em construção, a Catedral foi inaugurada, exatamente dezesseis anos depois do lançamento da pedra fundamental. Com uma solene celebração, às 08h da manhã, Dom Frei Luiz sagrou a nova Catedral. Em 27 de novembro de 1965, o Papa Paulo VI eleva o templo à categoria de Basílica Menor de Sant’Ana, sendo a primeira do Brasil dedicada a mãe da Virgem Maria, a Senhora Sant’Ana. 

Além da Catedral, Sant’Ana já teve outros templos dedicados à ela em Botucatu, como no pequeno povoado na confluência das Avenidas Floriano Peixoto e Petrarca Bachi, atualmente Praça Coronel Moura (Paratodos), onde nasceu a “cappella”, que depois foi transformada em primeira matriz, de onde nasceu a cidade. Depois, deu título também à nova matriz, nos altos da cidade, atualmente Praça Rubião Júnior, sagrada em 25/12/1892, chamada de “Catedral Velha”, a qual foi substituída pela atual catedral por causa do precário estado de conservação. 

Olhando para o passado, vemos como a Senhora Sant’Ana sempre esteve ligada às terras e histórias botucatuenses. A cidade dos bons ares a acolheu como padroeira e hoje celebra a sua data pedindo proteção aos filhos desta terra e de toda a Arquidiocese na qual ela é a maior intercessora. 

 

Fontes: Prefeitura de Botucatu, site História de Botucatu e Catedral Sant’Ana

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