Arquidiocese de Botucatu

Sant’Ana: a história da mulher estéril que gerou a mãe do Salvador

 

Por Luís Negrelli – Equipe Arquidiocesana de Comunicação

 

A festa de Sant’Ana é celebrada anualmente no dia 26 de julho, oportunidade em que recordamos a história de uma mulher que após anos de esterilidade, concedeu a vida à Virgem Maria, a mãe do Salvador. A data foi instituída no ano de 1584 pelo Papa Gregório XIII. Na década de 1960, o Papa Paulo VI juntou a esta data a comemoração de São Joaquim, esposo de Sant’Ana, por isso neste dia celebra-se também o Dia dos Avós. 

Existem poucos dados biográficos sobre a vida de Sant’Ana, porém algumas referências sobre ela foram deixadas pelo Proto-Evangelho de Tiago, livro escrito no primeiro século e que não faz parte dos Evangelhos reconhecidos como oficiais pela Igreja. Entretanto, esses escritos são vistos como importantes obras históricas. 

O nome “Ana” vem do hebraico “Hanna” e significa “graça. Ana era de família descendente do sacerdote Aarão e casou-se ainda jovem com Joaquim, o que era uma tradição em Israel naquele tempo. Joaquim era um homem de posses e ambos viviam em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje existe a Basílica de Sant’Ana.

 

A graça de gerar a vida

Durante anos de matrimônio, o casal não teve filhos, já que Ana era estéril. Naquela época, essa condição era sempre atribuída à mulher, por causa da falta de conhecimento e era vista como uma maldição de Deus, por isso a jovem sofreu grandes humilhações. O casal fez um voto ao Senhor de que se tivessem um filho iriam consagrá-lo à Deus. 

Dizem os escritos que em uma festa tradicional em Jerusalém, Joaquim aproximou-se do altar para apresentar uma oferenda ao Senhor, mas foi repelido pelo Sacerdote que disse ao homem não ter o direito de aproximar-se do altar por ser amaldiçoado pela esterilidade. 

Joaquim ficou com vergonha de voltar para a casa com receio de que todos repetissem a fala do Sacerdote. Foi para o deserto, morar com alguns pastores e seguia em oração quando, certa vez, um anjo lhe apareceu e disse: “Eu sou um anjo enviado pelo Senhor para te dizer que tuas preces foram ouvidas e que tuas esmolas subiram até a presença de Deus. Vi a tua vergonha, e ouvi as censuras de esterilidade que te fizeram sem razão. Deus castiga o pecado, e não o que é fruto da natureza. E se ele fechou o ventre de uma mulher para depois torná-lo fecundo de um modo mais maravilhoso, é para dar a conhecer que a criatura que irá nascer então não será fruto da paixão, mas um dom de Deus”.

Ao mesmo tempo, um anjo apareceu também à Sant’Ana confirmando que as orações haviam sido ouvidas. Pouco tempo depois que Joaquim retornou para a casa, Ana conseguiu engravidar. Era como se Deus tivesse preparado aquele casal para gerar alguém que seria concebida pura e sem pecado.

Sant’Ana deu à luz uma menina e colocou-lhe o nome de Miriam, que em hebraico significa “Senhora da Luz” e na tradução para o latim ficou “Maria. Todo o receio e a vergonha do casal ficou para trás, afinal daquela mulher humilhada e zombada nasceu Maria, a mulher que mais tarde iria gerar no ventre o Salvador do Mundo, Jesus Cristo. A pequena menina crescia sob os olhares dos pais atenciosos que a educaram e quando completou 3 anos de idade Maria foi levada até o Templo para ser consagrada ao serviço de Deus conforme os pais haviam prometido e em sinal de agradecimento. 

Portanto, a devoção à Sant’Ana e São Joaquim é de grande valor para a tradição da Igreja e demonstra os primeiros passos do projeto salvífico de Deus para a humanidade. No século VI, a devoção aos avós de Jesus já ganhava espaço entre os fiéis do Oriente e no século VIII no Ocidente. As relíquias de Joaquim e Ana foram levadas de Israel e distribuídas em várias igrejas do mundo, sendo que a maior dessas ficou na Igreja de Sant’Ana em Durem, na Alemanha. 

 

Oração a Santa Ana

Senhora Sant’Ana, fostes chamada por Deus a colaborar na salvação do mundo. Seguindo os caminhos da Providência Divina, recebeste São Joaquim por Esposo. Deste vosso matrimônio, vivido em santidade, nasceu Maria Santíssima, que seria a Mãe de Jesus Cristo. Formando Vós família tão santa, confiantes nós vos pedimos por esta nossa família. Alcançai-nos a todos as graças de Deus: aos PAIS deste lar, que vivam na santidade do matrimônio e formem seus filhos segundo o Evangelho; aos FILHOS desta casa, que cresçam em sabedoria, graça e santidade e encontrem a vocação a que Deus os chamou. E a TODOS nós, Pais e Filhos, alcançai-nos a alegria de viver fielmente na Igreja de Cristo, guiados sempre pelo Espírito Santo, para que um dia, após as alegrias e sofrimentos desta vida, mereçamos também nós chegar à casa do Pai, onde vos possamos encontrar, para junto sermos eternamente felizes, no Cristo, pelo Espírito Santo. Amém.

 

Fontes: Vatican News, Catedral de Sant’Ana e Cruz Terra Santa

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