A importância do estudo da Lumen Gentium para o cristão
No meio de tantos documentos preciosos que a Igreja escreveu durante o Concílio Vaticano II, um que chama atenção devido é a Lumen Gentium (Luz dos povos), devido a sua importância para uma nova eclesiologia.
O centro da Lumen Gentium é a retomada de uma categoria muito importante na concepção de Igreja que temos. O Concílio insiste em nos colocar na perspectiva de Povo de Deus. E isso significa que somos chamados, como Povo, a ouvirmos, conhecermos e servirmos a Deus. Somos parte de um Povo e por isso carregamos em nós uma identidade: somos Cristãos. Por ser parte, não podemos ser Igreja sozinhos, mas em comunidade. Somos parte de um todo, o Corpo de Cristo.
Ao pensar na Igreja é de praxe que pensemos na hierarquia e nos ministros ordenados (que o documento ressalta a importância), mas muitas vezes nos esquecemos que somos parte integrante, viva e ativa desse Povo. Isso nos move a sair do papel de figurante e assumir nosso lugar de batizados como membros vivos da Igreja de Cristo.
O batismo, que nos consagra a Deus de modo concreto e singular, deve ser para nós motivo de alegria e de júbilo, mas também deve nos fazer sentir a responsabilidade que é ser batizado, principalmente no mundo contemporâneo. Devemos, portanto, em todo tempo e lugar, dar testemunho da fé que recebemos e que carregamos nos ambientes ao qual frequentamos (LG 35), santificando o mundo com o testemunho de Jesus Cristo. Assim, seja na comunidade, na família, ou no trabalho, estaremos a proclamar o evangelho vivido em nossa existência.
Isso deve nos levar a refletir: Na minha comunidade assumo meu lugar de batizado, membro ativo, vivo e atuante, colocando-me a serviço dos irmãos? Eu sinto que eu sou a Igreja, e com a Igreja sou responsável pela evangelização? Tenho sido testemunha do Cristo Ressuscitado presente e atuante na minha vida e história?
Devemos, enquanto Comunidade do Ressuscitado, ser a Luz dos Povos, ou seja, em um mundo tão coberto de divisões, egoísmos e desconfianças, emanar aquilo que só o Espírito de Deus concede: a unidade e a concórdia.
Artigo escrito pelo Seminarista João Vitor Panchoni Sant Anna (3º ano da Etapa da Configuração – Teologia)