Mensagem do Arcebispo para o Natal de 2016
Mensagem de Natal
“Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel”! (Is. 7,14)
No Antigo Testamento, Emanuel significa “Deus está conosco”! A primeira experiência de Moisés com o Deus dos hebreus, no monte Horeb, nos ajuda a compreender. Diante do fenômeno da sarça ardente que não se consumia, Deus se apresenta a Moisés: “Eu sou o Deus de seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacó”. (Ex.3,6). Trata-se, pois, de um Deus que está próximo, que se relaciona com as pessoas, que as conhece pelo nome. Muito diferente dos deuses egípcios que Moisés, criado no Palácio do Faraó, havia aprendido a cultuar. E muito mais ainda, o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, não só está próximo, mas caminha com seu povo e se interessa por tudo que acontece com todos e cada um: “Javé disse: ‘Eu vi muito bem a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor contra seus opressores, e conheço os seus sofrimentos. Por isso, desci para libertá-lo do poder dos egípcios e para fazê-lo subir dessa terra para um terra fértil e espaçosa…” (Ex. 3, 7s)
Emanuel expressa bem que o Deus dos hebreus faz uma historia de amor com as pessoas de seu povo escolhido, em vista da salvação de toda a humanidade. Então, chegada a plenitude dos tempos, “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”! (Jo. 1,14). E nos amou até a morte e morte de cruz.
Emanuel, agora, expressa muito mais amor – e história – do que no Antigo Testamento, tanto em extensão, porque para toda a humanidade, quanto em profundidade, porque Deus assumiu a natureza humana – sem deixar de ser Deus e sem destruir a natureza humana – sofreu inclusive a morte e a venceu definitivamente. Emanuel, agora, significa “Deus é conosco”!
“Ele não está longe de cada um de nós, pois nele vivemos, nos movemos e existimos, […] Sendo, portanto, da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. Mas Deus, sem levar em conta os tempos da ignorância, agora anuncia aos homens que todos e em todo lugar se arrependam, pois ele estabeleceu um dia em que irá julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou e creditou diante de todos, ressuscitando-o dos mortos.” (At. 17,27- 31).
“A graça de Deus se manifestou, trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões mundanas e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade, aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem.” (Tt. 2,11-14).
Permitamos que, ao celebrar o grandioso mistério do Natal, Deus nos ensine a julgar com sabedoria os valores terrenos, de tal forma que possamos cada vez mais colocar nossas esperanças nos bens eternos! Feliz Natal e um Ano verdadeiramente novo no Senhor!
+ Maurício Grotto de Camargo
Dom Maurício Grotto de Camargo
Arcebispo Metropolitano de Botucatu